Em sessão histórica é cassado o mandato do Vereador Dadá

Em sessão de mais de nove horas de decisão, os vereadores de Cianorte decidiram por
unanimidade (9 x 0), que o vereador cometeu atos de improbidade administrativa (corrupção),
além de quebra de decoro parlamentar, por suposto esquema de ‘rachadinha’; suplente Maria

Neuza Casassa (Podemos) será convocada nos próximos dias

Em sessão histórica e com mais de nove horas de duração, os vereadores de Cianorte cassaram
na quarta-feira, 27, por unanimidade (9 x 0), o mandato do vereador Adailson Carlos Ignácio da
Costa, o Dadá (Podemos), por um suposto esquema de ‘rachadinha’, onde o vereador é
acusado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) de ficar com parte do salário do assessor
José Santos Bárbara, o Zico.
A Sessão Extraordinária começou, por volta de 13h30, com plenário cheio e a posse do
segundo suplente do vereador Afonso Lima (Rede), Stallone dos Santos Ribeiro, do mesmo
partido. Afonso ficou impedido de votar por ser o denunciante.
Na sequência, houve as leituras do processo judicial de 497 páginas e do relatório da comissão
processante composta pelos vereadores Thiago Fontes (PSL) – presidente, pastor Dejair
Barbosa Melo (PSD) – primeiro-secretário e Marcos Madeforte (Solidariedade) – membro, que
deram o parecer favorável ao processo de cassação.
Após os pareceres, cada um dos nove vereadores teve 15 minutos para falar sobre processo e,
depois, o advogado de Dadá, Maurício Gonçalves Pereira, expôs a defesa nas duas horas que
tinha direito.
Votação
Os vereadores analisaram dois quesitos separadamente, conforme prevê o regimento interno
da Câmara de Cianorte: se Dadá cometeu atos de improbidade administrativa ou corrupção e
se houve quebra de decoro parlamentar.

Dadá só seria cassado, em plenário, se, pelo menos, 2/3 da Câmara, ou seja, 7 vereadores
declarassem que o vereador denunciado incorreu em alguma das infrações especificadas na
denúncia.
Em votação aberta, os nove vereadores foram favoráveis, em ambos os quesitos, e, assim, o
vereador foi cassado, por unanimidade, e determinou o seu afastamento definitivo do cargo
de vereador.
Contraditório
O vereador Dadá e advogado Maurício Gonçalves Pereira alegam que muitas testemunhas
fundamentais no processo não foram ouvidas, bem como que não cometeu nenhuma
irregularidade e que vão recorrer da cassação em esfera superior, pois acreditam na anulação
do processo e absolvição, porque, segundo eles, há falta de provas.
Câmara de Cianorte
Por meio de nota, a Câmara esclarece que, durante todo o processo, foi assegurado ao
vereador Dadá: o direito ao contraditório e ampla defesa, desde o afastamento do cargo em 1º
de fevereiro.
“Foi uma sessão histórica, onde os nove vereadores analisaram o processo e decidiram, de
forma transparente, sobre o caso do vereador Dadá e, consequentemente, sua cassação. A
primeira suplente, a professora e ex-secretária de Educação de Cianorte, Maria Neuza Casassa
(Podemos), será convocada, em breve, a fim de tomar posse no prazo de 15 dias”, explica o
presidente da Câmara de Cianorte, Wilson Luiz Peres Pedrão (Podemos).
Em termos de audiência, a sessão marcou um recorde para a história da Câmara, pois, em
apenas 24 horas, alcançou mais de 30 mil pessoas no Facebook e mais de 5,2 mil no YouTube.